sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

A ira da Terra

Sigo Cristovam Buarque no Twitter - na minha opinião, um dos poucos políticos brasileiros que faz o povo brasileiro ainda ter uma pontinha de esperança - lá encontrei o engenheiro Reginaldo Marinho, colunista do site wscom.com.br. Lendo seus artigos, encontrei um texto muito interessante que gostaria de compartilhar aqui com vocês. Espero que gostem.

A ira da Terra

Segundo a Teoria de Gaia, a Terra é um ser vivo e como organismo animado dispõe de uma linguagem. Da mesma forma que as baleias, os golfinhos, os pássaros, os bois, os macacos e os homens, ela se expressa. Nós não compreendemos a linguagem desse organismo maravilhoso do qual fazemos parte e por isso o maltratamos.

A cada dia que passa o grito da Terra se torna mais contundente e causa mais espanto. Nós que somos apenas as suas “moléculas” estamos lhe provocando tantos danos cujas respostas são devolvidas na forma de violentas catástrofes. Maremotos, terremotos, tsunamis, desabamentos de encostas estão se tornando fenômenos cotidianos. Milhares de vítimas desses acontecimentos são tragadas deixando apenas dor e sofrimento em suas famílias.

Bilhões de metros cúbicos de petróleo e gás são extraídos do interior do planeta para alimentar as demandas de energia de uma população que cresce sem parar e o consumo energético aumenta sem controle. Os espaços que eram ocupados por esses insumos para geração de energia produzem acomodações da crosta terrestre e as catástrofes que esses movimentos de ajustamento provocam são inevitáveis. Os gases que sobram desses combustíveis são jogados na atmosfera, causando um problema maior.

A tragédia do Haiti é uma das mais violentas da História, não apenas pela intensidade do terremoto, mas pelas condições sociais e econômicas do país. Uma nação que traz a marca de uma guerra civil de tantos anos, onde as condições de infraestrutura são precárias. As construções não correspondem ao rigor que a engenharia moderna exige e muito menos estavam preparadas para tremores tão intensos. O Haiti continua sepultando os seus mortos e o mundo inteiro fica perplexo.

Esse é um momento que exige profundas reflexões. O fracasso da COP15 denuncia que os países como China e Estados Unidos não abrem mão de seus índices de desenvolvimento econômico e de campeões de agressões ambientais. Para eles, não importa o irá acontecer com as condições climáticas que se agravam com uma velocidade estonteante, o que interessa é aumentar a riqueza de suas populações.

Isso tudo sugere que as pessoas, instituições e empresas mais conscientes se organizem de alguma forma para reduzir o agravamento dessa degradação vertiginosa a qual está submetida a nossa Gaia. A palavra de ordem é a sustentabilidade. Os caminhos mais eficientes para reversão desse cenário passam necessariamente pelo uso racional dos recursos naturais, pelo aumento da oferta de fontes de energia limpa e a reciclagem. Por sorte, a pobreza do Brasil acolheu muito bem o princípio da reciclagem, principalmente das latas de cerveja e das garrafas PET e somos destacados mundialmente nesse setor.

Fonte: www.wscom.com.br

0 comentários: