quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Simpósio de TC’s é divisor de águas para proteção ambiental, diz ministro

Ministro do STJ, Herman Benjamim

“Começa hoje uma nova página da proteção jurídica do meio ambiente no país”. Uma palestra inspirada do ministro do Supremo Tribunal de Justiça, Herman Benjamim, marcou o segundo painel do I Simpósio Internacional de Gestão Ambiental e Controle de Contas Públicas na manhã desta quarta, 17, Manaus. Benjamim falou sobre Direito Ambiental e ressaltou o papel de prevenção atribuído aos Tribunais de Contas.


“Eu sou juiz, mas nós do Judiciário chegamos muito tarde. Quando chegamos, o dano ambiental já ocorreu. Estou certo que os Tribunais de Contas vão incorporar o componente da sustentabilidade porque aí estarão cuidando não só das contas da geração de hoje, mas também das gerações futuras”, disse.

Ao ser questionado por uma estudante, defendeu a manutenção de ribeirinhos em áreas de preservação. “O direito ambiental deve ser feito com e para os pobres. É um equívoco imputar o desmatamento na Amazônia aos pequenos proprietários, às populações tradicionais. O código florestal deve estimular essas populações tradicionais a continuar fazendo o que elas fazem a milhares de anos e da mesma forma. Hoje estou convencido que as áreas não devem ser protegidas sem o homem, mas com o homem”, disse.

Também esteve no segundo painel o senador eleito e ex-governador do Amazonas, Eduardo Braga. Ele destacou a redução do desmatamento de 73% de 2003 a 2009 na Amazônia e falou sobre políticas públicas para o meio ambiente. “O Amazonas tem hoje 50% da área protegida e hoje Manaus tem o 4º maior PIB do Brasil”, disse. Braga explicou que isso sede ao fato da economia não depender do setor primário nem de semi-elaborados, mas de uma indústria organizada que possibilita o desenvolvimento sustentável da população da Amazônia. “Eu posso diz que a Zona Franca de Manaus foi o maior programa de proteção ambiental já implantado na Amazônia brasileira”.

O segundo painel ainda contou com Fábio Rubio Scarano, diretor executivo da ONG Conservation International, que passou dados técnicos sobre a biodiversidade brasileira e sobre o programa de conservação ambiental promovido na região de Abrolhos, no Nordeste brasileiro. “O dever de casa do Brasil até 2020 é aumentar em 70% cobertura terrestre, aumentar 10 vezes a cobertura em área marinha e reduzir extinção de animais a zero. E já provamos que isso é possível”.

Do Tocantins, participam do evento o presidente do TCE, Severiano Costandrade, os conselheiros Manoel Pires e Doris de Miranda Coutinho, além de técnicos do órgão.
O I Simpósio Internacional de Gestão Ambiental e Controle de Contas Públicas termina dia 19 de novembro.

Fonte: TCE/TO

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